
Estava eu muito tranquilamente no ônibus do Campus com minha blusa do curso de psicologia (calouro não tem jeito!) ao lado da minha amiga Karina, quando uma figura meio questionável paira ao meu lado. Percebo uma certa estranheza (ele tirou uma garrafa pet da mochila com uma "batida" e bebeu no meio do busão!!!!) e discretamente começo a conversar com Karina (as mulheres sabem do que eu to falando...). De repente, pá! Calma, a pessoa não me bateu não, tá? O cara me perguntou (provavelmente pq tinha olhado o nome "psicologia" na minha blusa) o que era suicídio. Eu, muito espantada no meu mundo privado, procurei responder o mais rápido possível pra me livrar logo do sujeito estranho: "Acho que é uma fuga de uma dor insuportável. A pessoa não quer se matar, e sim acabar com a dor" e blablablá (é, esse discurso é de Augusto Cury, mas eu concordo e pronto!)... E me virei pra Karina de novo (implícito no meu rosto: Karina, me saaaaaaalva!!). Meu Deus, quanta desconfiança... E pior é que o sujeito ainda ficou falando lá umas coisas que não faço questão de descrever. Mas depois perguntou (ah! agora eu sou a dona de toda a verdade? além de eu tá com medo e querer sair dali o mais depressa possível, não sou Deus!!): e o que vc acha de quando o filósofo se suicida?? Ahhh... eu lá vou saber? Tá, mas eu respondi: Ele se contradiz, porque se ele ama a sabedoria (pra quem não sabe, filo=amar, sofia=sabedoria), ele ama viver, pois é na vida que ele adquire sabedoria; logo, não se suicidaria. É... eu falei no ímpeto, mas depois fui refletir e até que não achei tão mal?
Bem, o que mais me chateou não foi a situação em si, mas aquela opinião de que o psicólogo tem que responder a TODAS as suas questões. Psicólogo não tem bola de cristal, nem faz telepatia e nem faz adivinhação!!!
Mas ainda hoje, acho que o cara queria se suicidar... Deus o guarde!