domingo, 21 de março de 2010

Suicídio de filosofo


Estava eu muito tranquilamente no ônibus do Campus com minha blusa do curso de psicologia (calouro não tem jeito!) ao lado da minha amiga Karina, quando uma figura meio questionável paira ao meu lado. Percebo uma certa estranheza (ele tirou uma garrafa pet da mochila com uma "batida" e bebeu no meio do busão!!!!) e discretamente começo a conversar com Karina (as mulheres sabem do que eu to falando...). De repente, pá! Calma, a pessoa não me bateu não, tá? O cara me perguntou (provavelmente pq tinha olhado o nome "psicologia" na minha blusa) o que era suicídio. Eu, muito espantada no meu mundo privado, procurei responder o mais rápido possível pra me livrar logo do sujeito estranho: "Acho que é uma fuga de uma dor insuportável. A pessoa não quer se matar, e sim acabar com a dor" e blablablá (é, esse discurso é de Augusto Cury, mas eu concordo e pronto!)... E me virei pra Karina de novo (implícito no meu rosto: Karina, me saaaaaaalva!!). Meu Deus, quanta desconfiança... E pior é que o sujeito ainda ficou falando lá umas coisas que não faço questão de descrever. Mas depois perguntou (ah! agora eu sou a dona de toda a verdade? além de eu tá com medo e querer sair dali o mais depressa possível, não sou Deus!!): e o que vc acha de quando o filósofo se suicida?? Ahhh... eu lá vou saber? Tá, mas eu respondi: Ele se contradiz, porque se ele ama a sabedoria (pra quem não sabe, filo=amar, sofia=sabedoria), ele ama viver, pois é na vida que ele adquire sabedoria; logo, não se suicidaria. É... eu falei no ímpeto, mas depois fui refletir e até que não achei tão mal?
Bem, o que mais me chateou não foi a situação em si, mas aquela opinião de que o psicólogo tem que responder a TODAS as suas questões. Psicólogo não tem bola de cristal, nem faz telepatia e nem faz adivinhação!!!
Mas ainda hoje, acho que o cara queria se suicidar... Deus o guarde!

8 comentários:

  1. Se eu fosse você virava pra ele e dizia:
    Bom oq ue significa eu não sei, mas sou totalmente a favor do empirismo, porque você não tenta descobrir...
    Quando eu disse três você se joga, ok?

    ResponderExcluir
  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... Isso é bem típico teu, Gookz! Mas eu não faria isso não... Quero que todo mundo more no céu um dia! Quando eu falei o que eu achava, ele ficou revoltado e quase gritou no onibus, hauisuahshasa

    ResponderExcluir
  3. Booom... acredito que vc deva pensar pelo lado bom: talvez o kra até tava pensando em algo tão insano, mas resolveu bater um papo com quem, segundo ele, entende do assunto, e como vc ainda não cobra a consulta rsrsrsr ele arriscou.
    E de uma coisa vc pode ter CER-TE-ZA... eu fugiria descaradamente do papo e se minha amiga não me salvasse então..daí eu arrumaria uma desculpa para descer do busão quando antes! rsrs

    bjok
    e vai treinando, na sua sua profissão, vc nunca vai deixar de esbarrar com pessoas (no mínimo) estranhas. ;)

    ResponderExcluir
  4. Ah! Com certeza... Com pessoas estranhas eu tenho me acostumado, é um eterno exercício. O ruim é aquela idéia de que o psicologo TEM que saber de tudo, de que ele é um super humano e que tem que ter uma resposta certeira pra todas as questões da humanidade. Isso é outra coisa que eu tbm terei que me acostumar...

    ResponderExcluir
  5. KKKKKKKKKK, eu lembro desse dia. Antes desse momento fatídico, lembro que vi ele e tb o achei um cara super estranho.Será que ele queria se matar mesmo, ou tava sobre efeito de substâncias tóxicas, ou só era um cara chato?
    ( eterna dúvida).
    É verdade Laláh, fala é mermu. Que mania desse povo achar q a gente por fazer psicologia ( sim, pq psicóoologos nós ainda n somos, estamos a caminho) temos o segredo da vida. Pior é quando eles vem com a mardita frase: Tu não é psicólogo? Então resolve.
    Ok, vou pegar minha varinha de condão e resolver o seus, os meu, os nossos problemas ( Acho que se eu for pra clínica vou usar essa frase como propaganda =D shaushauh)

    ResponderExcluir
  6. Boa!! Vou começar a planejar a varinha de condão e fornecer pra Avon vender tbm... A gente sai no lucro, hauihsuiahsua...

    ResponderExcluir
  7. Como diria o Charlie Brown...

    "Puxa vida..."

    Eu sinceramente queria estar nesse coletivo, nesse dia, nesse diálogo.
    A pergunta que o cidadão (ou não, talvez ele não pague suas contas, logo ele não é gente, muito menos cidadão) foi interessantíssima.

    Há uma concepção de Filosofia no Âmbito da dialética que nos diz:

    A dialética é um caminho sem volta, é um caminhar para a morte.

    De todas as postagens a que mais me chamou a atenção foi essa. Penso que a filosofia é suicída, inclusive escrevi um texto sobre isso mês passado. É....eu sou bom, acredite, o melhor, escrevo sobre tudo, acho até que vou deixar o curso e criar meu próprio modelo teórico sobre a vida, o mundo e tudo. Pois bem, vou discordar um pouquinho da tua opnião(justamente pelo fato de eu ser bom-o melhor)...
    Na verdade é o seguinte Larissa...eu vou escrever um texto sobre isso, posso?
    Fiquei realmente muito interessado pelos questionamentos do cidadão(ou não). Eu ia comentar aqui minha percepção, mas enquanto escrevia, percebi outras facetas do fato e da significação dele.

    Em suma, gostei da tua maneira de expor o cotidiano. É sempre bom saber uma parcela do que:

    "...as mulheres sabem do que eu estou falando..."

    Ahhh, e...todos lemos Augusto Cury...Tá, as pessoas que começam a cursar psicoloia se rebelam contra o pobre psiquiatra escritor de milhões. Eu li muito Augusto antes de começar a cursar Psicologia e não me arrependo.

    Talvez isso seja alguma herança do Complexo de Èdipo: Primeiro lemos Augusto como nossa fonte de conhecimento elevado em detrimento dos que lÊem Harry Potter. Quão bom é entender a ditadura da beleza e o fim da humanidade, mas quando nos deparamos com a psicologia como ciência(superego)...pronto...vivenciamos uma decepção com as concepções do Augusto e nos espelhamos no novo estatuto.

    Interessante.

    Mas o mais interessante é peruntar para as pessoas que de cara argumentam: Auto ajuda não é psicologia(eu participo dessa comunidade, mas prometo, vou sair), se estas pessoas já escreveram um livro.
    E mandem-nas ler psicologia Humanista...verão os subsidios que esta produz para a auto ajuda da atualidade.

    (não que eu concorde com a auto ajuda, estou criticando os que gostam de criticar sem nunca terem escrevido algo na vida)

    ResponderExcluir
  8. Levantaste uma questão interessante. Inclusive, no departamento de psic. da UFMA tem um prof. cuja tese de doutorado aborda este tema. Minha opinião é o seguinte: se a auto-ajuda proporciona ao menos um outro olhar, uma outra perspectiva, uma outra possibilidade de vida para a pessoa que outrora leu um livro que pretende ter tais fins,e isso pode causar apenas uma parcela de mudança (mas que faça diferença), ela tem um bom respaldo para continuar até hoje (mesmo que para isso seja preciso dispender um pouco de dinheiro). Enfim, a tua opinião sobre a filosofia ser suicida merece maior reflexão...

    ResponderExcluir

 
©2007 Elke di Barros Por Templates e Acessorios